segunda-feira, 27 de julho de 2009

Fashionistas ou Escravos Fashion?

Estar na moda é um dos objetivos mais almejados por homens e mulheres do momento, principalmente por elas. Nunca se teve tanto acesso a cultura de moda. Essa cultura nos invade através de revistas, sites, jornais e programas de TV.

Até um tempo atrás, a maior referência da mulher brasileira de como se vestir, o que usar e qual o melhor visual para ser adepta era a Novela das Oito. Lembrem-se de que o Brasil é um país com uma cultura televisiva, principalmente a da telenovela, muito forte.

A roupa usada pela mocinha, os seus adereços e até a sua maquiagem influenciaram e ainda hoje influenciam uma centena de mulheres espalhadas por todo o país. A novidade está na amplitude dos focos informativos. Então, não somente a TV, mas todos os outros meios de comunicação, entraram neste campo de influência.

E, com tantas tendências, algumas pessoas ficam perdidas e acabam buscando um ideário de moda quase surreal. Surgem segmentos e “tribos” neste novo mundo: o Mundinho Fashion. São os apaixonados por moda, que vivem dela, ou por trabalharem neste segmento ou por caçarem as últimas informações para estarem sempre na moda. São os fashionistas.

Os fashionistas são facilmente reconhecidos. Pelo conteúdo de suas conversas ,que giram em torno dos desfiles e semanas de moda ao redor do mundo. Usam as grifes do momento e geralmente são avessos ao visual mais clássico e ou básico. Possuem um ar de desprezo sobre tudo aquilo que lhes parecem comum e ordinário. Chegam a ser quase esnobes.

Mas onde há esta linha tênue entre os fashionistas e os escravos fashion?

Os escravos fashion são aqueles que se sacrificam para estar na moda, fazem verdadeiras loucuras para comprar a peça da última coleção e não possuem menor bom senso diante do espelho. Suas estaturas, não irão impedi-los, de usarem a calça de cintura alta ou a ” boy friend”, muito menos os seus cabelos irão ficar da mesma cor durante o inverno ou o verão.

Sem perceber, este indivíduo, que geralmente é do sexo feminino, irá galopantemente ler revistas, navegar em sites e copiar o modelito das tops para ter a ilusão de que é como elas. Mas, claro, sem a altura, peso e muito menos a conta bancária.

Olhos bem abertos também em alguns rapazes que seguem o “último grito” da moda, pois a blusinha justa e a calça da marca italiana, nem sempre ficam bem em alguns garotos. Sabe aquela barriguinha de chopp, esqueça camisa na linha “fit”. Ou aquela papada no pescoço, nada de colarzinho de couro, por favor. E o pior de todos - o tênis até para ir a casamento...se você não for um modelo maravilhoso ou um estilista famoso, dê adeus às excentricidades.

Estar na moda é adaptar elementos das coleções ao seu estilo e não há necessidade alguma em levar estas tendências todas ao mesmo tempo. Os fashionistas, geralmente, possuem uma forma muito única de se vestirem. Alguns permanecem com o mesmo visual por décadas, não alteram todo seu “ layout” a cada estação. São fiéis ao seu próprio estilo.

Sabemos o quanto é invasivo e massificante esta cultura de moda. As facilidades para o consumo e o apelo para abastecer o guarda- roupa a cada nova estação é incrível, mas manter-se leal a si mesmo é o mais importante.

Os escravinhos fashion, são vítimas da moda. Usam todas as tendências simultaneamente. Nunca estão felizes com sua aparência e o que é pior, em quanto esta busca estiver somente nas roupas, o prejuízo será no cartão de crédito, mas e quando a loucura migrar para os conceitos de beleza? Será que as plásticas e a toxina botulínica farão o mesmo efeito? E quais conseqüências poderão surgir?

Não estamos em uma campanha contra a moda ou a beleza, pois todos queremos estar em paz com o espelho. Agora não podemos deixar de alertar que os maiores ícones fashion não mudavam seu estilo a cada semestre.

São mulheres como: Jacqueline Kennedy, Grace Kelly, Audrey Hepburn, Catherine Deneuve, Lady Di, Channel, que nos consagraram com sua beleza, elegância e senso fashion que não sai de moda nunca!!!

3 comentários:

Fernando Férrer disse...

PARABÉNS PELOS BRILHANTES ARTIGOS
FERNANDO FÉRRER

Unknown disse...

Querida amiga,

Como sempre colocações bem pertinentes.

No entanto, acho que essa questão merece ser analisada também sob um outro ângulo.

Quem foi que disse que para sermos felizes, precisamos usar determinada marca, ingerir determinado tipo de alimento, nos relacionar com pessoas segundo determinado perfil, ou simplemente freqüentar locais específicos?
Até onde eu saiba, isso não está escrito em lugar nenhum. Onde fica a nossa individualidade, o ser único que cada um de nós é? Será que precisamos nos adaptar a um molde que nos é imposto, para sermos aceitos?

Sinto em dizer, mas a cada dia que passa o ser humano perde a sua dignidade ao continuar agindo dessa forma.

Como bem disse o psicólogo Valton Miranda Leitão Júnior, em matéria veiculada em julho deste ano sobre a indústria do prazer, no Jornal Diário do Nordeste, todo esse movimento nada mais é que "uma astúcia do capital que vende possibilidades de prazer imediato".

"À luz da psicanálise, trata-se de uma economia libidinal na qual o sujeito está sempre em busca do objeto inexistente, mas que é vendido, pretensamente, como um bem de consumo pela mídia", explica.

E continua: "As pessoas se deixam levar pelos apelos do consumo, pensando que irão resolver os seus problemas", pontua o psicólogo, explicando que o inatingível faz parte da vida, porque o ser humano é incompleto.

Que fique bem claro que não sou contra o consumo ou o bem-estar. Não! Não é isso. Mas é que precisamos consumir mais conscientemente. Só isso.

Bjos e sucesso sempre!

Marbênia disse...

Oi Lia,

Pior do que o consumo descabido, e o exibicionismo de alguns,são as cobranças de alguns "amigos" que exigem o mesmo comportamento de nós. Principalmente quando trabalhamos com moda.

Adorei suas reflexões. Beijos!
Marbênia

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